A força da novela brasileira é destaque em painel no Rio2C
- Raquel Cunha

- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Maior evento de Economia Criativa da América Latina acontece na Cidade das Artes no Rio de Janeiro até o dia 1º de junho
Na última terça-feira, (27), a teledramaturgia nacional foi tema de um dos painéis mais esperados do Rio2C — maior encontro de criatividade da América Latina, realizado na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Intitulada “Da TV ao streaming: a força da novela brasileira”, a conversa reuniu grandes nomes da dramaturgia da TV Globo para discutir o papel social, a diversidade e os novos formatos do gênero mais popular da televisão brasileira.

Participaram do debate os autores George Moura, criador de Guerreiros do Sol (que estreia no dia 11 de junho no Globoplay), Manuela Dias, atualmente à frente do remake de Vale Tudo, e Rosane Svartman, autora da novela Dona de Mim, ambas exibidas pela TV Globo.
O painel fez parte do palco Summit Acontece Globo, realizado em comemoração ao centenário da empresa, que marca os 100 anos de fundação do jornal O Globo, criado em 29 de julho de 1925.
Com mediação de Leonora Bardini, diretora da TV Globo, os autores refletiram sobre os desafios contemporâneos da produção de novelas, especialmente diante da ascensão do streaming. Foram discutidas as transformações nos hábitos de consumo, a pluralidade de formatos e a importância da representatividade nas tramas.
“Fazer novelas é criar pontes de empatia, é sobre criar conexão”, afirmou Rosane Svartman.

Manuela Dias destacou que o remake de Vale Tudo, agora com uma nova Maria de Fátima, tem atraído um público mais jovem: segundo a autora, houve um aumento de 30% na audiência entre adolescentes de 12 a 17 anos.
“A cultura brasileira é formada por telenovelas. O gênero nunca deixará de existir. O que a TV Globo faz é produzir cultura”, declarou George Moura.

O painel também abordou temas como a inclusão de pessoas negras e com deficiência nos elencos e narrativas, encarada pelos autores como uma reparação histórica necessária. Além disso, os roteiristas enfatizaram que, apesar da presença crescente da inteligência artificial nos processos de produção, a sensibilidade e o instinto humano continuam sendo insubstituíveis.
Para os autores, não basta ter 'faro' para a realidade atual, mas é necessário perceber o que pode ou o que vai acontecer no futuro. Mesmo com a força da inteligência artificial, para eles, somente a sensibilidade humana é capaz de antecipar tendências com profundidade emocional e contextual — algo que, segundo afirmam, nenhum algoritmo será capaz de reproduzir.






Comentários